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O aval surge em meio a relatos de que tropas norte-coreanas têm sido mobilizadas para reforçar as forças russas no campo de batalha. Autoridades ucranianas confirmaram recentemente que os combates na região de Kursk, no oeste da Rússia, têm se intensificado, especialmente após uma contraofensiva ucraniana bem-sucedida em agosto.
Em declarações sucintas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou a postura estratégica de seu país. “Os mísseis falam por si mesmos”, disse, em resposta a perguntas sobre os novos armamentos. “Coisas assim não são anunciadas com antecedência.”
Até agora, o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA era considerado um limite estratégico, sobretudo devido a preocupações de que tal escalada pudesse provocar represálias de Moscou. O presidente russo, Vladimir Putin, já havia declarado que tal movimentação transformaria a natureza do conflito e chegou a mencionar a possibilidade de testes nucleares como resposta.
No entanto, fontes da administração Biden, segundo o The New York Times, indicaram que a ameaça norte-coreana e os ganhos militares limitados da Ucrânia ao longo do último ano pesaram na decisão. Ainda assim, a mudança enfrentou resistência interna. Autoridades do Pentágono teriam manifestado preocupações sobre os baixos estoques de armamento no próprio Exército dos Estados Unidos, enquanto alguns conselheiros da Casa Branca temiam uma escalada que pudesse envolver outros países no conflito.
A decisão ocorre em meio a um período de incerteza na política americana, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais. Trump, que criticou reiteradamente o apoio financeiro e militar à Ucrânia durante sua campanha, prometeu encerrar o conflito em “24 horas”, embora não tenha especificado como alcançaria tal feito.
Analistas apontam que a autorização para o uso de mísseis de longo alcance pode ser a última grande decisão de Biden no que diz respeito à guerra, antes da posse de Trump em janeiro. A questão agora é se o novo presidente eleito irá reverter ou manter a política.
Enquanto isso, em Kiev, líderes políticos e militares encaram a mudança como um sinal de apoio renovado, ainda que tardio. “O uso desses armamentos oferece à Ucrânia uma vantagem estratégica inédita, mas é também um movimento arriscado”, avaliou um especialista em segurança europeu que preferiu não ser identificado.
O cenário permanece volátil, com um equilíbrio frágil entre novas ofensivas e as ameaças de Moscou, que agora devem ser postas à prova frente à crescente capacidade militar ucraniana.
Por Jornalista Edison Lenn (RG: Prof. 16430)